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MARÍA MARAVILLAS PIDAL Y CHICO DE GUZMÃN (1891-1974) É o nome recebido no baptismo por uma menina nascida em Madrid, em 4 de Novembro de 1891. O Baptismo foi recebido no dia 12 do mesmo mês e ano. Seu pai era, naquele tempo, Embaixador da Espanha junto da Santa Sé e tinha sido Ministro, distinguindo-se, sempre, por gestões em favor da Igreja. Com seu irmão Alexandre Pidal, foi fundador da União Católica. Foi nesse ambiente de religiosidade e distinção que María Maravillas cresceu. Confirmada em 1896, recebeu a Primeira Comunhão em 1902. Dotada de grandes qualidades humanas, orientou a sua vontade para a prática do bem. Desde pequena, dizia que a vocação para a vida consagrada tinha nascido com ela. E na sua juventude, a par dos estudos privados de línguas e cultura geral, dedicou-se a obras de beneficência e caridade, ajudando muitas famílias, os pobres e marginalizados. Entrou no Carmelo do Escurial em 12 de Outubro de 1919 e fez a sua primeira Profissão em 1921. Quis, assim, pagar o amor de Deus com o seu amor, vontade que manifestava nas suas cartas. Era grande a sua devoção ao Coração de Jesus, com longas vigílias perante o sacrário. Assim, a sós com Deus, nasceu a ideia da fundação de um novo convento carmelita no Cerro de los Angeles, que ela queria "lâmpada viva que se consumisse de amor e reparação diante do Coração de Cristo". Foi no Cerro de los Angeles, situado no centro geográfico da Espanha e onde tinha sido erigido um monumento ao Coração de Jesus, que o Rei Afonso XIII consagrou a Nação ao mesmo Coração de Jesus, em 30 de Maio de 1919. Em 1924, com outras três religiosas do Escurial, instalou-se na casa provisória de Getafe, dali orientando a construção do mosteiro do Cerro. E nesta casa fez a sua Profissão solene em 30 de Maio do mesmo ano. Em 31 de Outubro de 1926 foi inaugurado o novo mosteiro, logo povoado de vocações, o que levou à fundação de "novas casas da Virgem". Em 1933 estendeu-se à India, enviando 8 monjas para Kottayam. Mas 1936 e a revolução fizeram sair as monjas de Cerro de los Angeles, voltando em 1939 para edificar novo convento, pois o primeiro fora totalmente destruído. Muitos trabalhos e esforços foram precisos, no meio de grandes dificuldades, mas Madre Maravillas sabia incutir o valor e alegria necessários às suas filhas. Interessava-se pelos outros e procurava ajudá-los; assim funda um colégio para crianças pobres, um bairro de casas e uma igreja em Aldehuela. Ajuda a construção de 200 casas na proximidade do lugar, apoiada confiadamente na Providência divina. "Na vida, não quero outra coisa senão imitar Cristo, o mais possível", tinha ela escrito. Assim a pobreza tornou-se para ela uma virtude heróica, trabalhando-se manualmente nos seus mosteiros para poderem viver. Era amada por todas, dada a sua serenidade, a sua caridade e equilíbrio, a par de uma grande delicadeza para com todas. Cheia de alegria e de paz, sempre afável, pedia a opinião de todas para os seus trabalhos. Tinha um grande apreço pela oração e procurou viver a espiritualidade de São João da Cruz. Revelou que se "sentia amada pelo Senhor". Morreu no Carmelo de Aldehuela (Madrid) em 1 de Dezembro de 1974, cheia de paz e dizendo: "que felicidade morrer carmelita"! Teve uma missão: conservar o espírito de contemplação amorosa e missionária, ao máximo. Queria conservar e multiplicar esses "lugares da Virgem" como oásis de paz, de oração, neste mundo conflituoso e triste. Os estudiosos da sua vida chamaram-na: mulher carismática, profética e providencial. Beatificada em 10 de Maio de 1998 em Roma, por João Paulo II, por ele será canonizada na Cidade que a viu nascer e crescer.
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