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PAPA FRANCISCO
MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE
Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 16 de 17 de Abril de 2014
«Também hoje existe a ditadura do pensamento único». Se não pensarmos de um determinado modo não somos considerados modernos, abertos. O risco do pensamento único que ameaça a relação com Deus esteve no centro da homilia do Papa Francisco, o qual recordou também as tragédias das ditaduras do século XX, dizendo que entretanto é possível reagir: rezando e vigiando. Referindo-se às leituras do dia o Papa frisou que a liturgia «nos faz ver a promessa feita por Deus a Abraão nosso pai». A referência é relativa ao trecho do Génesis (17, 3-9), no qual Deus promete a Abraão que se tornará «pai de muitas nações. Deus diz a Abraão. «Por tua vez deves observar a minha aliança, tu e a tua descendência depois de ti, de geração em geração». E assim, continuou o Papa, «compreende-se que os mandamentos não são uma lei fria; os mandamentos nasceram desta relação de amor, desta promessa, desta aliança». E, inspirando-se no trecho evangélico de João (8, 51-59) proclamado na liturgia hodierna, o Pontífice prosseguiu a sua reflexão indicando que «o erro destes doutores da lei que não eram bons e queriam lapidar Jesus — contudo, naquele tempo haviam também fariseus e doutores da lei bons — consistiu em separar os mandamentos da promessa, da aliança». «Os mandamentos que nascem do amor desta fidelidade de Deus são regras para ir em frente, indicações para não errar: ajudam-nos a caminhar, até chegar ao encontro com Jesus». Eis então, observou o Pontífice, «o drama do coração fechado, o drama da mente fechada. E quando o coração está fechado, ele fecha a mente. E quando coração e mente estão fechados não há lugar para Deus». Certamente, acrescentou ainda o Pontífice, estas pessoas não ouviram os profetas nem Jesus. Contudo, a sua atitude vai além da simples teimosia. É algo mais! É idolatria do próprio pensamento. Mas «também hoje — admoestou o Papa — há a idolatria do pensamento único. Portanto, hoje existe a mesma ditadura sobre a qual fala o Evangelho. São pessoas que «pegam nas pedras para lapidar a liberdade dos povos, das pessoas, das consciências, da relação do povo com Deus. E hoje Jesus é crucificado de novo». O Pontífice concluiu exortando a «não ser ingénuos», a não comprar coisas que não servem. E a «ser humildes e a rezar para que o Senhor nos dê sempre a liberdade do coração aberto para receber a sua palavra que é promessa e alegria! É aliança! E com esta aliança ir em frente».
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