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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE À GRÃ-BRETANHA
28 DE MAIO - 2 DE JUNHO DE 1982

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
 AOS REPRESENTANTES DAS IGREJAS CRISTÃS

Sábado, 29 de Maio de 1982

 

Meus caros Irmãos em Jesus Cristo

1. Este encontro que o Senhor nos concedeu hoje é um dos que mais aprecio. É o complemento do rito de orações e louvor em que acabámos de nos reunir na Catedral de Canterbury, e o testemunho da obra de reconciliação em que todos estamos empenhados. "Tudo isto, porém, vem de Deus, que nos reconciliou consigo mediante Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação" (2 Cor 5, 18), "tudo isto vem de Deus" — é a sua obra que procuramos realizar, a sua vontade que procuramos satisfazer. Pelo Baptismo e a fé comum que celebrámos na catedral, já se estabeleceu entre nós uma certa comunhão, uma comunhão real embora limitada. É certamente uma comunhão espiritual. "A comunicação do Espírito Santo" (2 Cor 13, 13), cuja vinda à Igreja celebraremos mais uma vez amanhã.

2. Mas esta comunicação do Espírito não pode ficar como algo de abstracto. Deve encontrar expressão na vida das nossas Igrejas e comunidades. Deve ser suficientemente visível para testemunhar a nossa vontade de união cristã, num mundo tão tristemente dividido, um mundo onde a paz está em perigo em muitos lados. Por esta razão é uma alegria para mim ouvir que manifestais a esperança de um aumento de cristãos nestes países, em comunhão mais profunda, crescimento em que todos, mediante a graça de Deus, estamos comprometidos, crescimento que todos nós pretendemos encorajar quaisquer que sejam as dificuldades que devamos enfrentar. Fiquei muito satisfeito em saber da cooperação da Igreja católica não só com as Igrejas e Comunidades individualmente, mas também com muitas iniciativas do Conselho Britânico das Igrejas. Também me sinto feliz ao ter conhecimento das relações de confiança entre os Bispos católicos e os Chefes de outras Igrejas e Comunidades o que muito contribui para facilitar a cooperação na evangelização naquelas áreas em que já é possível fazê-lo.

3. Expusestes-me francamente as vossas esperanças e os vossos problemas. É claro que num encontro informal e breve como este é impossível discutir tudo. Tenho esperança, e estou certo que também vós, que o nosso encontro desta manhã não seja o fim deste frutuoso intercâmbio, mas antes um início. É-me grato pensar que, desde há muito, alguns de vós se preparam para visitar Roma juntamente com alguns representantes das Conferências Episcopais da Grã-Bretanha, e ter ulteriores conversações com o Secretariado para a União dos Cristãos e outros dicastérios da Cúria Romana. Portanto, se Deus quiser, estaremos aptos para continuar a construir sobre as bases que tão felizmente lançámos hoje.

4. Mais uma vez vos agradeço a cordialidade demonstrada com este encontro. Sei que para isto faltastes a um importante encontro organizado pelo Conselho Britânico das Igrejas.

Quando voltardes para lá, peço-vos assegureis a todos aqueles que tomam nele parte que o Papa aguarda o dia em que, no cumprimento da vontade de Cristo, todos estaremos unidos — unidos com Ele e uns com os outros. Deus dá-nos a garantia de que aquele dia não pode tardar muito.

"Paz aos irmãos, bem como caridade, acompanhada de fé da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os que amam nosso Senhor Jesus Cristo, com amor inalterável" (Ef 6, 23-24). Amém.

 

 



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