DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
À EQUIPA NACIONAL ITALIANA DE FUTEBOL,
CAMPEÕES DO MUNDO
Sala Clementina
Segunda-feira, 25 de Outubro de 1982
Caríssimos Atletas!
1. Estou deveras feliz de encontrar-me hoje convosco, membros da Equipa nacional Italiana de Futebol, e de exprimir-vos pessoalmente a minha viva satisfação e o meu louvor pela prestigiosa conquista do titulo máximo no recente Campeonato do mundo, durante o qual oferecestes admirável e magnífica prova da vossa preparação desportiva e do vosso agonismo perante o mundo inteiro, honrando a vossa profissão e exaltando o nome da querida Itália.
As palavras há pouco pronunciadas pelo Dr. Federico Sordillo, Presidente da Federação Italiana de Futebol, evidenciaram bem quais foram os sentimentos que animaram as competições desportivas do verão passado, que vos levaram ao sucesso final: agradeço-lhe as gentis palavras pronunciadas a meu respeito e, juntamente com ele agradeço a todos os Directores da Federação e aos Promotores dos Campeonatos pelo ardente espírito agonístico, que souberam alimentar entre vós jovens.
2. A vossa presença dá-me ainda a oportunidade de manifestar-vos o apreço pelos aspectos sociais e morais que as vossas competições desportivas promoveram, favorecendo relações interpessoais e encontros internacionais destinados a desenvolver conhecimentos mútuos, vínculos de amizade e coesão pacífica entre os povos de diversas origens, língua, cultura e religião. De facto, como bem diz a este respeito o Concilio Vaticano II: os exercícios físicos e as manifestações desportivas ajudam a manter o equilíbrio psíquico, tanto do individuo como da comunidade; a estabelecer relações fraternas entre os homens de todas as condições, nacionalidades e raças" (Gaudium et spes, 61).
Este vosso empenho tão nobre e dignificante, não deve porém limitar-se ao sucesso desportivo, mas deve também comportar o esforço de incluir as vossas virtudes viris e a vossa classe de Campeões na escala dos valores superiores da vossa vida familiar, civil e social. As disputas desportivas individuais podem e devem ser como os degraus para o treinamento ao exercício das virtudes humanas e cristãs da solidariedade, da lealdade, da seriedade e do respeito às outras pessoas, vistas como um concorrente, não como um adversário ou um rival.
3. Ao despedir-me de vós, caríssimos jovens, quero confiar à vossa atenção uma significativa exortação de São Paulo aos primeiros cristãos de Corinto, na Grécia, pátria do desporto: "Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo" (1 Cor 6, 20). Sede sempre sabedores e dignos das qualidades individuais, das quais o Senhor dotou as vossas pessoas, e não as desperdiceis inutilmente com uma concepção errada do sucesso, mas utilizai-as de modo sábio para a vossa plena maturação de homens e de crentes.
Com estes sentimentos reafirmo-vos a minha estima e o meu afecto, enquanto vos concedo a Bênção Apostólica, que estendo de bom grado a todos os vossos familiares, amigos e admiradores.
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